Eu deveria, mas não faço

Você é daquelas pessoas que sabem o que deveria fazer, comer, agir, falar, e mesmo assim não faz?

Felizmente ou infelizmente somos bombardeados todos os dias por informações do que deveríamos ou não fazer. Parece óbvio que não deveríamos tomar refrigerante, comer besteira, coçar o olho, roer as unhas, lavar a mão antes de ir ao banheiro, dormir mais, enfim, esses e outros casos são exemplos de situações do nosso dia-a-dia que deveríamos  ou não seguir, mas simplesmente não fazemos.
Se eu te dissesse que você vai morrer fumando seu cigarro, você pararia de fumar? Provavelmente não, isso é algo que o fumante sabe, sabia antes de começar e continua sabendo ao fumar cada novo cigarro. São aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo inteiro fumando diariamente, que representa: um em cada quatro homens e uma em cada 20 mulheres. Quer outro dado? São aproximadamente 2,1 bilhões de pessoas obesas ou com sobrepeso, o que representa quase 30% da população mundial. Será que elas não tiveram escolhas? Será que elas não sabiam que comer aquela fritura lhes fariam mal?
Nos dois exemplos acima, é necessária uma visão mais ampla. No caso do cigarro temos a mídia e o vício químico, e na comida a gordura que prolonga o sabor. No entanto, fizemos nossas escolhas, optamos por experimentar ambos, mesmo sabendo de seus malefícios. A discussão vai longe, porque maltratamos alguém que amamos mesmo sabendo que não deveríamos, e que isso não te fará bem?

Senso comum vs Prática comum
Tudo isso é lembrado como senso comum. No dicionário temos a seguinte definição: “é o modo de pensar da maioria das pessoas, são noções comumente admitidas pelos indivíduos. Significa o conhecimento adquirido pelo homem a partir de experiências, vivências e observações do mundo.”. Novamente, felizmente ou infelizmente somos lembrados a todo momento por vários sensos comuns. O mundo está cada vez mais globalizado, a informação está a um clique. Cabe a cada um saber o que deve seguir ou não, nem todo senso comum é uma verdade absoluta, devemos criticar as tais “experiências”, o mundo mudou.
Tenha em mente que um senso comum nem sempre é uma prática comum. Comer salada faz bem. Fazemos isso? Nem sempre, ou talvez nunca. É um senso comum mas não uma prática comum. Na teoria é tudo lindo, mas na prática a história é bem diferente.

Por que não fazemos?
Essa é uma pergunta difícil e com resposta ampla. Cada evento pode ter seu significado, e aposte que alguém pensou nos detalhes conscientemente ou inconscientemente para te influenciar. Muitas indústrias e pessoas dominam a arte de persuadir o outro a ponto de conseguir manipular suas ações.
Existe a primeira etapa onde você é convencido, persuadido, a optar pela opção que talvez você saiba que não é a melhor, como comer alguma besteira, fumar um cigarro, procrastinar uma atividade, ficar o dia inteiro no Facebook. Depois disso é gerado um padrão, hábito, e até dependência em nosso cérebro. Ai que mora o vilão, depois que nos acostumamos com algo que gera uma recompensa, é difícil de se desfazer. Enfim, a resposta para a pergunta é: Nós não fazemos por que não queremos fazer. Cerca de 95% da nossa mente é subconsciente e apenas 5% é consciente, ou seja, mesmo que o seu consciente saiba o que não é bom, seu subconsciente pode querer aquilo com todas as forças, e não só isso, há química por trás. Nosso corpo libera os hormônios do prazer (endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina) e nosso cérebro grava hábitos, inclusive o medo pode ser um hábito. Então se você fica muitas horas por vários dias no Facebook, é provável que tenha desenvolvido um mal hábito, que libera a sensação de prazer no seu corpo.

Seja o responsável
De qualquer forma, as escolhas estão em nossas mãos e precisamos ser responsáveis por elas. Uma das maneiras de se ter eficiência e sucesso, é assumir a responsabilidade por todas as suas ações invés de transferir a culpa para outros. Você comeu besteira porque era o que tinha para o almoço? Você se atrasa porque seu celular não desperta? Não importa! Você é o responsável por colocar a comida no seu organismo, responsável por controlar seu tempo, a ação, a escolha, a decisão final é sua. Quando você se torna responsável por tudo, você tem o controle de tudo. Se é sua responsabilidade, se está com você, conseguirá tomar ações que impactarão o futuro. Não se faça de coitado, não se reprima. Talvez com isso, não conseguirá mudar consequências passadas, mas terá o futuro nas mãos.

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